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Sangue na Neve - Jo Nesbø

  • Foto do escritor: Michele
    Michele
  • 14 de mar. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 1 dia

O sangue pingava da barra de sua camisa na neve. Na verdade, não sei muito sobre a neve – ou sobre qualquer outra coisa, por sinal – mas li que os cristais formados quando o tempo está muito frio são completamente diferentes da neve molhada, dos flocos pesados ou do tipo quebradiço.

Quando aproveitei a promoção do Kindle Unlimited, foi difícil encontrar algo interessante em meio a um mar de CEOs e mafiosos. Mas, dando uma olhada no catálogo de suspense, encontrei Sangue na Neve (Blod På Snø), do escritor norueguês Jo Nesbø. A história é narrada em primeira pessoa por Olav, um homem mediano com dislexia, medíocre em quase tudo, incapaz de atuar como assaltante ou até mesmo como cafetão – e que acabou se encontrando na vida como assassino de aluguel.


No submundo de Oslo em 1977, ele trabalha para Daniel Hoffman, um homem envolvido com tráfico e prostituição. Seu próximo serviço é matar Corina, a esposa do próprio chefe. Olav passa alguns dias vigiando a mulher e acaba se envolvendo platonicamente com ela – o que o leva a cometer um erro bem grotesco.


Para resumir, coloquemos dessa forma: não sou bom em dirigir devagar, sou muito sentimental, me apaixono fácil demais, perco a cabeça quando me irrito e sou ruim em matemática. Li alguns livros, mas não sei grande coisa, e certamente nada que ninguém ache útil. E estalactites crescem mais rápido do que eu consigo escrever. Então que serventia alguém como eu pode ter para um homem como Daniel Hoffmann? A resposta – vocês já devem ter concluído – é como matador.

O livro é bem curto, li em umas duas horas, o que encurta também esta resenha (não quero dar spoilers, né?). A narrativa flui de maneira interessante, já que é feita por um assassino um tanto poético e um tanto piegas. Algumas cenas de ação, no entanto, são meio confusas, e a história em si é um pouco apressada. Ainda assim, o final me agradou bastante.


Como foi meu primeiro contato com o autor, e como estou tentando ler mais obras que fujam do eixo EUA–Reino Unido, fiquei curiosa para conhecer outras histórias dele, mesmo que Sangue na Neve tenha sido apenas razoável. Um detalhe que me chamou bastante atenção foi perceber como Oslo não é essa perfeição toda que eu imaginava (admito: tenho uma visão bem idealizada da Escandinávia), e o cenário contribuiu para que a história me agradasse como um todo.


A edição brasileira é da Record, publicada em 2015, com tradução de Gustavo Mesquita. Fiquei um pouco decepcionada ao descobrir que a tradução foi feita de forma indireta, a partir do inglês – especialmente sabendo que existem profissionais aptos e competentes para traduzir diretamente do norueguês para o português. De qualquer forma, o tradutor fez um bom trabalho.


O livro tem uma continuação, O Sol da Meia-Noite, também ambientado no submundo do crime na Noruega, publicado no mesmo ano.


Nota: 👻👻👻


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